HISTORIAL DE SANTO HENRIQUE DE OSSÓ

 Henrique de Ossó y Cervelló nasceu em Vinebre, Espanha, a 15 de Outubro de 1840, filho de Jaime de Ossó e de Micaela Cervelló. Aos 14 anos, após a perda da sua mãe, foge para Monserrat e entra no seminário contra a vontade do seu pai, que gostava que o seu filho fosse comerciante.
                            INFÂNCIA
          Numa pequena aldeia de Tarragona – Vinebre, viviam duas famílias: os Ossó e os Cervelló, ambos residentes em boas casas senhoriais. Até que um dia decidiram contrair parentesco. Jaime de Ossó i Català apaixonou-se por Dona Micaela Cervelló e Jové e casaram-se. Foram viver para uma extremidade da aldeia. Antecederam a Henrique dois irmãos: Jaime, o primogénito, e Dolores. Henrique nasceu a 15 de Outubro de 1840. No registo do Baptismo consta 16 de Outubro mas Dona Micaela disse ao filho que nascera a 15 e não a 16. Curiosamente, nasceu no dia da sua futura referência – Santa Teresa de Jesus. Foi baptizado de Henrique António. O nome António deveu-se ao nome do seu avô materno de quem Henrique tanto gostava. “E assim, entre pais bons, mãe piedosa e avô santo, foi crescendo o pequeno Henrique.”
Em criança, Henrique revelava-se reservado, profundo, piedoso e inteligente. Reservado, por temperamento, devia ter fama de poucas palavras e de se abrir apenas quando necessário. Vai-se aprofundando pouco a pouco e dia a dia mas revela-se profundo para a sua idade. Desde cedo que pensa, medita, ouve e assimila. Desde criança que mesmo gostando de jogar, como todas as outras crianças, também gostava muito das coisas da Igreja, de ajudar à Missa e de cantar no coro. E como era piedoso, atraía-o ajudar o pároco e aproximar-se do Santíssimo Sacramento. O que ele não sabia, era que a sua mãe sonhava que ele viesse um dia a ser sacerdote.
                                         ADOLESCÊNCIA

     Henrique abandonou a escola primária e rumou a Aragão para ajudar na mercearia dos tios onde aplicou todos os conhecimentos que adquiriu na escola e, nos tempos livres, dedicava-se à leitura. Pouco tempo depois, adoeceu e, como eram pessoas de fé, os seus tios recorreram à Virgem Maria para o curar. Henrique foi curado e este facto uniu-o ainda mais a Maria. Os seus pais ficaram muito preocupados quando souberam da doença e Dona Micaela acreditava que ele teria adoecido de pura tristeza por não estar a fazer aquilo que realmente queria e que era muito novo para estar longe dos pais. Por isso, Henrique voltou para Vinebre e foi mimado pela mãe durante algum tempo até o Sr. Jaime escolher um novo sítio para Henrique ir, desta vez um pouco mais próximo, Reus onde se alojou na casa dos senhores Ortal. Desta vez o trabalho seria remunerado mas Henrique não se sentia bem com o trabalho de comerciante. Henrique tinha 13 anos quando viveu a morte da sua mãe. Micaela contraiu a cólera e adoeceu gravemente. Henrique não reagiu muito bem à perda da mãe e agarrou-se à fé e à reflexão para não se sentir sozinho. Foi aqui que começou a pensar na hipótese de ser sacerdote como a sua mãe sempre sonhara.”Que alegria me darias, filho, se fosses sacerdote”, foram as palavras de sua mãe no testamento. Aos poucos, Henrique começou a tomar consciência que isso seria aquilo que ele realmente queria e que a mãe apenas lhe tinha aberto os olhos para a sua verdadeira vocação. Mas, a sua família estava contra este desejo e Henrique decidiu ir-se embora em busca do seu sonho. Teresa de Jesus foi definitivamente uma das principais inspiradoras da sua oração. Henrique vai para Monserrat ter com a “Mãe do Céu”; uma viagem longa e díficil tendo em conta as suas condições mas o certo é que conseguiu lá chegar. E foi aqui que decidiu a sua vocação e o seu lema: “Serei todo de Jesus”.
                                                         VIDA ADULTA
       Voltou para casa para ir para o seminário e estudar seguindo a sua vocação. Henrique era responsável e tinha uma enorme capacidade de reflexão. Nunca deixava as coisas a meio por isso seguiu o seu sonho até ao fim. “Estudei com consciência e tive boas notas”. Mudou-se para Barcelona, um mundo diferente de todos por onde já tinha passado, para tirar o curso de Teologia. Permanece lá um ano e regressa a Tortosa para completar mais dois anos escolares. No ano seguinte volta a Barcelona com a condição de ficar interno no seminário. Dedicava o seu tempo não só ao estudo, mas também à oração e a ajudar os mais necessitados. Desenvolveu um carinho especial pelas crianças e gostava de lhes ensinar a Doutrina.Toda a gente tem um lugar que lhe é especial e esse lugar para Henrique seria o Deserto e Las Palmas em Benicasim. Henrique passaria aí momentos muito bons: junto da Natureza e rodeado de obras de Santa Teresa que o seu tio tinha na sua biblioteca.
         Chegamos então ao último ano do curso em Barcelona. Já não faltava muito para Henrique se tornar sacerdote para toda a sua vida. Assim que acabou o curso, começou a exercer o sacerdócio na terra onde nascera, Vinebre. Continuou a dar catequese pois ensinar as crianças a amar Deus fascinava-o. Assim viveu a sua vida de sacerdote, ensinando e divulgando a Doutrina de Deus.
         Henrique foi, como sabemos, o fundador da Companhia de Santa Teresa de Jesus. A Companhia nasceu a 23 de Junho de 1876 e cresceu rapidamente. Foi a sua maior obra e Henrique baseou-se em Santa Teresa e no espírito das mulheres para a fundar.
         Fundou associações que agrupavam diversos sectores da sociedade:
        A Arquiconfraria das Filhas de Maria Imaculada e Santa Teresa de Jesus em 1873, com o objetivo de difundir o espírito de Santa Teresa, entre os jovens, para cooperar com Cristo na salvação dos irmãos através da oração e bom exemplo.
         A Irmandade Josefina em 1876, para os homens. Os associados deviam ser pessoas determinadas a expressar publicamente sua fé como testemunho social, a viver com coerência as promessas batismais e levar Cristo e o seu Evangelho ao ambiente de sua própria profissão.
        O Rebainho do Menino Jesus em 1876, para as meninas. Ajudariam com a oração, a palavra e bom exemplo aos que se dedicavam à evangelização.
        Elaborou os estatutos da Irmandade Teresiana Universal em 1877. Ele viu nela a possibilidade de uma corrente de vida nova, uma forma de viver em profundidade o compromisso cristão segundo o espírito de Teresa de Jesus.
         Depois do Concílio Vaticano II a intuição de Henrique de Ossó deu origem ao MTA, ao qual podiam pertencer crianças-amigos de Jesus, jovens e adultos de ambos os sexos.
         O MTA nasceu oficialmente na Igreja em 12 de Julho de 1977 em resposta à realidade histórica, com a aprovação dos primeiros estatutos pelo Conselho Pontifício para os Leigos.

           Henrique foi também um reconhecido escritor católico e publicou vários livros dos quais se destaca especialmente “O Quarto de Hora de Oração” que pretendia cultivar a oração diária às crianças e aos jovens.


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